terça-feira, 2 de novembro de 2010

Medo


Não ter medo de nada! Minha mãe sempre me diz isso, com uma certeza que é quase impossível acreditar. Afinal, todos nos temos medo de algo. Hoje em dia é improvável o medo não pairar em alguma parte de nossas vidas. Quando criança, o medo vem através das lâmpadas apagadas: o escuro. Que apavora e faz disparar os coraçãozinhos desses pequenos. Eu, particularmente, quando criança odiava ir ate a cozinha da minha casa, o cômodo mais assustador que existia pra mim em todas as casas era a cozinha. Engraçado que desde sempre filmes de terror, que tem espíritos e toda essas coisas, me atraíram, mas depois do filme nunca consegui dormi em paz. E mesmo assim insistia em pega-los e assistir varias vezes. Porque insistir no medo? Sabendo que não iria dormir depois do filme , eu os pegava mesmo assim. Estranho! Mas enfim, depois, quando vem a adolescência você tem medo de não ser como o seu meio social, ai então passa a fazer as mesmas coisas, se vestir do mesmo jeito e a falar da mesma maneira. Quando jovem? ( o medo que tenho passado ) você tem medo de não escolher o caminho certo. Esse medo atormenta tanto uma mente juvenil. Não sabe sua profissão, o que quer realmente fazer e que dará certo, não sabe se namorar nesse momento é bom, não sabe quem são seus amigos verdadeiros e não sabe se quer fazer o certo! Então chega (para alguns) a maturidade, a fase adulta da vida. Onde o que você plantou esta dando frutos mais do que nunca. Ah, essa fase mostra se suas ações quando mais jovem foram ou não politicamente corretas. Politicamente claro, porque tem coisas na juventude que normalmente não conseguimos fugir ;@ haha, não mesmo. Não podemos ser hipócritas! E nesse momento o medo maior que acho que existe (porque ainda não sou tão madura assim, ) é o de não dar conta. O cansaço chega, a vontade de desistir fica maior. E no fim, quando a velhice chega, o medo se torna mais fulminante ainda. A sensação de solidão, o abandono, as tristezas, as conversas consigo mesmo se torna mais freqüente, afinal, ninguém quer ouvir um ‘velho chato’. É absolutamente compreensível cada um desses medos. Mas pra que te-los? Porque aceita-los? Porque so tentamos fugir deles? Porque acham que é fácil encará-los? Será que passamos vitoriosos por casa um deles, ou na verdade eles so refrigeram dentro de nossas almas? Ver o lado bom de cada um desses monstros é desconsiderado por muitos. Mas pensando, percebi que: a criança com o medo do escuro aprende a dominar dentro de si aquela voizinha que fala ‘não vai, não segue adiante com seu planinho. Fique onde esta’. E na verdade essa mesma voz vem mais tarde quando pensa em fazer algo novo pra sua vida, e então seu inconsciente se lembra do escuro da sua cozinha e acha uma faísca de coragem, decidindo assim seguir adiante. Depois, o medo da adolescência é onde você descobre quem realmente é. O tempo vai passando e vai sendo construído dentro de ti alguém próprio, alguém não mais ctrl C. na juventude é o resultado mais fatal, porque é uma decisão. Decisão do namorado, decisão da profissão, decisão dos amigos, decisão do meio social (quando você não se deixa influenciar tanto), decisão de tudo um pouco. Ai na fase adulta o medo que antes queria te fazer parar, te ensinou que continuar arriscando é preciso. De um jeito ou de outro tem que ter um lado bom em tudo isso! E por fim na velhice, o medo do abandono se torna confortável quando alguém te acolhe, um neto querido ou ate mesmo um filho amável.
todos esses são medos, e seja lá qual for é importante tirar algo bom de cada um. Aprender com as coisas que nos assustam nos ajuda a mandá-las embora. Porque o terror só continua la porque alguém ainda tem medo. Porque alguém ainda se arrepia quando lembra, quando sonha, quando vê, quando cheira, quando sente ou quando fala. O medo se alimenta do medo. Então não mais ter medo, mas sim olhar bem nos olhos dele e fazê-lo entender que quem manda sou eu. É isso que tenho feito com o medo que tenho sentido! Por mais doloroso que seja encará-lo.

larissa f.

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